Citações Junguianas III

Por Daniel Nunes em 31/05/2003

SANFORD, John A. Mal. O Lado Sombrio da Realidade. 3. ed. São Paulo: Paulus, 1988.

13 – Em se tratando do mal, a primeira coisa com qual nos defrontamos é que, de um ponto de vista humano, sua conceituação depende sempre do ângulo onde está o observados. Portanto, o que é tido como com para alguém pode perfeitamente ser mau para outro.

14 – distinção entre mal “moral” e mal “natural”. A prega que destruiu meus pés de abóbora é um exemplo de um mal natural … em contraposição, o mal moral advém de possíveis motivações negativas existentes no coração mesmo dos seres humanos.

15 – (Chu Hsi) o bem e o mal não existem em si mesmos; ao contrário, eles são conceitos aplicados às coisas de acordo com os benefícios ou prejuízos que trazem para quem as manipula ou para o ser humano em geral

17 – quando o ego focaliza a vida e seus próprios interesses, visando unicamente a tirar proveito pessoal, nós falamos de “egocentrismo”

18 – no decorrer da psicoterapia ou no seu conhecimento espiritual, muitas pessoas irão descobrir que um acontecimento, por elas tido como inicialmente ruim, era de fato muito positivo

18 – só então percebem que a situação de desgraça vivida foi uma bênção que veio provocar mudanças muito positivas … uma verdadeira cura só acontece quando a pessoa começa a ver o bem e o mal em sua vida a partir da ótica mais abrangente do si-mesmo, ao invés do ,imitado ponto de nesta do ego.

19 – Não existe certeza possível enquanto não pensarmos a partir da perspectiva mais abrangente do si-mesmo ou, em linguagem religiosa, de Deus.

19 – pela sua capacidade de determinar o bem e o mal, a função sentimento é uma contribuição tão importante da psicologia à solução do presente problema

20 – Pessoas com pouco ou nenhum sentimento não conseguem reagir às situações com um julgamento valorativo humano adequado. Graças a essa falha é que elas têm maior probabilidade de se tornarem instrumentos do mal. Sem um certo grau de desenvolvimento do sentimento, dificilmente alguém se humanizará. (aplica-se às fantasias do gabriel)

20 – o mal no mundo ajuda a incrementar a função sentimento. Se não existisse o mal, não haveria reações de sentimento, o que torna o assunto paradoxal … o mal é necessário, caso queiramos nos tornar completamente humanos. Se um ser humano íntegro é alguém que sente, então é preciso que o mal exista, para que nossa natureza sensitiva cresça e viva

40 – este mundo de nossas batalhas e labutas é um mundo devorador, destrutivo, perigoso e selvagem, no qual a vida existe precariamente e a alma e o corpo do homem movem-se entre perigos enormes; é um mundo em que a cada passo algo é esmagado e arrebatado.
41 – As contradições do mundo são as contradições de Deus e é somente através da aceitação e penetração nesta teia de contradições que podemos atingir o acordo com sua suprema harmonia

46 – Parece-nos que a circunstância má que vivenciamos tem o “intuito” curar a direção errônea que tomamos na vida. O que realmente está errado, o que realmente está doente, é a maneira equivocada com a qual encaramos a vida, assim como o desenvolvimento distorcido dos nossos egos. Sintoma da doença que o si-mesmo produz é a consequência disso tudo, e pode ser visto como um elemento de cura.

54 – Na maioria das vezes as pessoas começam a descobrir o caminho para a consciência apenas quando se deparam de algum forma com o mal.

56 – Nem sempre a presença do mal garante a individuação e o desenvolvimento da vida… este, quando é demasiadamente freqüente, acaba vincando ou destruindo, ou faz com que a fibra moral do homem se desgaste muito.

65 – tentamos nos conformar aos padrões ideais (e) rejeitamos nosso lado agressivo, vingativo e de impulsos sexuais incontroláveis

65 – mas essas qualidades que foram rejeitadas não cessam de existir simplesmente porque a elas lhes foi negada uma expressão direta. Ao contrário, elas permanecem dentro de nós e formam a segunda personalidade que a psicologia denomina de sombra.

71 – O que é de importância mais fundamental para o desenvolvimento da sombra, e um eventual trabalho de elaboração do problema da sombra, é o vínculo que deve existir entre pais e filhos.

72 – não é permitido às crianças dar vazão a seus impulsos agressivos, uma vez que estes são destrutivos para os outros. Ao mesmo tempo, constitui-se uma lacuna para elas a perda total de contato com a raiva, já que a raiva, como vimos, dá-nos sempre uma resposta saudável

85 – o que é importante… é que reconheçamos o lado sombrio de nós mesmos. Só esse reconhecimento produz uma mudança poderosa e benéfica na consciência… é essencial o desenvolvimento de uma personalidade consciente e, portanto, de individuação.

 

ZWEIG, Connie e ABRAMS, Jeremiah (orgs). Ao Encontro da Sombra. São Paulo: Cultrix, 1991.

16 Todos os sentimentos e capacidades que são rejeitados pelo ego e exilados na sombra contribuem para o poder oculto do lado escuro da natureza humana. No entanto, nem todos eles são aquilo que se considera traços negativos.

16 Liliane Frey-Rohn, esse escuro tesouro inclui a nossa porção infantil, nossos apegos emocionais e sintomas neuróticos bem como nossos talentos e dons não-desenvolvidos. A sombra, diz ela, “mantém contato com as profundezas perdidas da alma, com a vida e a vitalidade — o superior, o universalmente humano, sim, mesmo o criativo podem ser percebidos ali”.

O alcance do que pensamos e fazemos
é limitado pelo que deixamos de notar.
E por deixarmos de notar que deixamos de notar
pouco podemos fazer para mudar,
até que notemos
como o deixar de notar
forma nossos pensamentos e ações.

18 Encontrar a sombra pede uma desaceleração do ritmo da vida, pede que ouçamos as indicações do nosso corpo e nos concedamos tempo para estar a sós, a fim de podermos digerir as mensagens misteriosas do mundo oculto.

20 Somos descendentes diretos da mente grega, Nossa sombra continua a ser o grande fardo do autoconhecimento, o elemento destrutivo que não quer ser conhecido.

21 “Na verdade, o princípio da individuação está relacionado com o elemento diabólico na medida em que este último representa a separação do divino dentro da totalidade da natureza. Os aspectos diabólicos são os elementos destrutivos — os afetos, o impulso autônomo de poder e coisas semelhantes. Eles rompem a unidade da personalidade”. Marie-Louíse von Franz

21 Só aqueles que conhecem a sua capacidade para a lascívia, a cobiça, a raiva, a glutonaria e todos os excessos — aqueles que compreenderam e aceitaram o seu próprio potencial para extremos inadequados — podem optar por controlar e humanizar suas ações.

“Ingenuamente, esquecemos que por debaixo do nosso mundo racional jaz um outro enterrado. Não sei o que a humanidade ainda terá de sofrer
até que ouse reconhecê-lo.” JUNG

“As únicas nações a salvo são aquelas que se vacinam sistematicamente, através de uma imprensa livre e da voz de uma minoria profética, contra a intoxicação de destinos divinos e purificações paranóicas”.

24 “O lado sofredor e aleijado da nossa personalidade é aquela sombra escura e imutável, mas também é o redentor que poderá transformar nossa vida e alterar nossos valores. O redentor tem condições de encontrar o tesouro oculto, conquistar a princesa e derrotar o dragão… pois ele está, de algum modo, marcado — ele é anormal, A sombra é, ao mesmo tempo, aquela coisa horrível que precisa de redenção e o sofrido salvador que pode redimi-la.” Liz Greene

26 Todo homem tem uma sombra e, quanto menos ela se incorporar à sua vida consciente, mais escura e densa ela será. De todo modo, ela forma uma trava inconsciente que frustra nossas melhores intenções. CG. Jung

27 Tudo o que tem substância lança uma sombra. O ego está para a sombra como a luz está para as trevas. Essa é a qualidade que nos torna humanos. Por mais que o queiramos negar, somos imperfeitos. E talvez seja naquilo que não aceitamos em nós mesmos — a nossa agressividade e vergonha, a nossa culpa e a nossa dor — que descobrimos a nossa humanidade.

27-28 sombra pessoal como o outro em nós, a personalidade inconsciente do nosso mesmo sexo, o inferior repreensível, o outro que nos embaraça ou envergonha: “Por sombra, quero dizer o lado ‘negativo’ da personalidade, a soma de todas aquelas qualidades desagradáveis que preferimos ocultar, junto com as funções insuficientemente desenvolvidas e o conteúdo do inconsciente pessoal.” JUNG

“Uma pessoa não se torna iluminada ao imaginar formas luminosas”, afirmou, “mas sim ao tornar consciente a escuridão. Esse último procedimento, no entanto, é desagradável e, portanto, impopular.” JUNG

28 Hoje em dia, entendemos por sombra aquela parte da psique inconsciente que está mais próxima da consciência, mesmo que não seja completamente aceita por ela. Por ser contrária à atitude consciente que escolhemos, não permitimos que a sombra encontre expressão na nossa vida; assim ela se organiza em uma personalidade relativamente autônoma no inconsciente, onde fica protegida e oculta. Esse processo compensa a identificação unilateral que fazemos com aquilo que é aceitável à nossa mente consciente.

28 a psicoterapia oferece um ritual de renovação pelo qual a personalidade da sombra pode ser percebida e assimilada, reduzindo assim seus potenciais inibidores ou destrutivos c liberando a energia vital positiva que estava aprisionada.

28 lidar com a sombra e o mal é, em última análise, um “segredo individual”, igual àquele de experimentar Deus, e uma experiência tão poderosa que pode transformar a pessoa como um todo.

28 lidar com a sombra e o mal é, em última análise, um “segredo individual”, igual àquele de experimentar Deus, e uma experiência tão poderosa que pode transformar a pessoa como um todo.

32 Cada parte da nossa personalidade que não amamos tornar-se-á hostil a nós.

43 Os esforços para alcançar a bondade pura resultam numa pose ou numa auto-ilusão sobre a bondade. Isso desenvolve uma persona —
uma máscara de bondade vestida sobre o ego.

47 a integração da sombra sempre coincide com a dissolução da falsa persona. A pessoa torna-se muito mais realista a
respeito de si mesma; ver a verdade sobre a nossa própria natureza sempre tem efeitos muito salutares. A honestidade é a grande defesa contra o mal genuíno. Parar de mentir para nós mesmos a respeito de nós mesmos, essa é a maior proteção que podemos ter contra o mal.

49 Quando a energia é reprimida por um tempo por demais longo e em excessiva profundidade, algo de conseqüências lamentáveis pode
ocorrer.
THE SUN:
O senhor acha que esse rapaz estava “pedindo” para ser atormentado?
SANFORD:
Sem dúvida. Ao nível inconsciente, ele estava enviando uma mensagem sobre aquilo de que precisava para se integrar. Falando sobre esse tipo de situação, Kunkel costumava dizer que os “arcanjos” são enviados para completar o plano divino.

57 A sombra não constitui o todo da personalidade inconsciente. Ela representa qualidades e atributos desconhecidos ou pouco conhecidos do ego — aspectos que, na sua maioria, pertencem à esfera pessoal e que poderiam, do mesmo modo, ser conscientes. Em alguns aspectos, a sombra também é constituída de fatores coletivos que se originam de uma fonte exterior à vida pessoal do indivíduo.

58 Nos sonhos e mitos, portanto, a sombra aparece como uma pessoa do mesmo sexo do sonhador,

62 projeção é um mecanismo inconsciente que usamos sempre que é ativado um traço ou característica da nossa personalidade que não está relacionado com a consciência. Como resultado da projeção inconsciente, observamos esse traço pessoal nas outras pessoas e reagimos a ele. Vemos nos outros algo que é parte de nós, mas que deixamos de ver em nós… É claro que nem todas as nossas críticas sobre os outros são projeções de traços indesejáveis da nossa própria sombra; mas sempre que a nossa reação ao outro envolve emoção excessiva ou reação exagerada, podemos estar certos de que algo inconsciente foi estimulado e está sendo ativado.

 

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